terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Can You Be Mine. (Ninth)

9º  Capitulo

  Agatha’s POV.
  Vi a tia Vilma (mãe da Margo) deitada naquela cama de hospital e minha amiga debruçada sobre ela chorando. Naquele momento eu queria sumir, me senti tão culpada. Eu sempre soube o que ela tinha, e aceitei vir para cuidar de Margi, mas tanto eu como a tia Vilma sempre soubemos que Margo sabe se cuidar sozinha, e eu poderia não ter aceitado. Mas como recusar o pedido de uma mulher que durante anto tempo te tratou como filha e hoje está quase morrendo? Eu não soube fazer isso. E eu jamais faria isso. Mas agora, vendo as consequências.. Margo levanta a cabeça e me olha. Olhos tristes e enfurecidos. Ela está me culpando. Eu sei. E ela jamais vai me perdoar.
  “Sinto muito, me desculpe.”  Sussurro para ela, com lágrimas inundando meu rosto, e espero que ela entenda. Me viro e vou embora.
  Na porta do hospital encontro Ian e Luke, um longe do outro, mas ambos me olham com esperanças nos olhos. Não corro para abraçar nenhum dos dois, imagino que esse seria o trabalho da Margi. Mesmo assim, vou até eles e lhes digo o que está acontecendo lá dentro. Não sei o que esperava como reação deles, mas Luke foi o primeiro a correr para dentro do hospital gritando que “A MARGO! EU PRECISO VER ELA! EU PRECISO! ONDE ELA ESTÁ?!”  enquanto várias enfermeiras tentam acalma-lo.
  Ian, aparentemente mais discreto, chega perto de mim.
 -E então? Como ela está?
 -Como você imagina que ela esteja? Ela nem sabe se a mãe vai acordar.
 -E você?
  Isso me pegou de surpresa, principalmente porque o foco de tudo isso era Margo e sua mãe.
 -Eu menti pra minha melhor amiga sobre o estado de saúde da mãe dela. Estou ótima- disse já chorando outra vez.
  Ian me envolve com seus braços largos, e eu deixo com que ele me encaminhe a um mundo desconhecido. Pela primeira vez, desde que perdi meus pais, me sinto segura outra vez.
  “Não me solte”
  Nos braços de Ian, eu me senti livre para chorar desesperadamente. Evitei falar sobre meus pais por tanto tempo, e agora, eu estou aqui. Vendo minha melhor amiga perdendo seus pais também. E eu nem sei como lidar com isso.
  Em meio à soluços, e lágrimas, pude ouvir a voz de Margo gritando, e me soltei bruscamente de Ian. Não sei se por medo dela me ver abraçada á ele ou se era mais pra ver o motivo de seus gritos.
  Corri, para encontra-la chorando como nunca vi antes, e apontando o dedo na cara de Luke. Ele por sua vez, chorava também, mas claro, que ele estava tentando acalma-la. Ato em vão. Margo não se acalma.
  Ela desviou o olhar e encontrou o meu. E então, desmaiou nos braços de Luke.
  Me apressei à eles, mas antes que eu chegasse duas enfermeiras já estavam levando-a. Tentei acompanha-las, mas não me deixaram.
  Me virei para Luke:
 -O que ela estava gritando com você? O que aconteceu? ME FALA!
  Ele me olhou com espanto, e provavelmente, porque à ele nunca dirigi uma palavra sequer.
 -Ela estava me dizendo que nunca mais veria a mãe dela acordada outra e vez e a culpa É SUA! VOCÊ SABE O QUE ACABOU DE FAZER COM MINHA MARGO!?
 -SUA MARGO? QUE DIREITO VOCÊ TEM DE CHAMA-LA DE SUA? NEM SEU NOME ELA SABE! E VOCÊ NÃO TEM QUE VIR ME CULPAR! SE ELA TIVER QUE FAZER ISSO ELA QUE FAÇA SOZINHA! EU SEI O QUE EU FIZ, E NÃO PRECISO DE VOCÊ ME DIZENDO NADA.
 -Ah! Então você ficou bravinha? Isso porque a culpa é sua mesmo. Não é?! Você sempre soube, estou certo? Mas preferiu ficar quieta. Guardando isso pra você. Agora, ta aí as consequências. SUA AMIGA ESTÁ DESMAIADA! DE RAIVA. RAIVA DE VOCÊ...
 -PARA DE FALAR O QUE EU JÁ SEI!! ISSO É MUITO CLICHÊ, MAS VOCÊ NÃO SABE O QUE EU PASSEI. E NÃO SABE PORQUE EU ESTOU AQUI. SABE?! NÃO. NÃO SABE.
 -Com licença, senhores. Estamos em um hospital. E vocês não podem gritar aqui dentro.
  Olhamos para a enfermeira baixinha e robusta, de rosto cauteloso e voz suave. E no seu crachá “Silvya”.

  Me virei, e saí de lá pisando forte.

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