domingo, 16 de novembro de 2014

Can You Be Mine. (First)

1º  Capítulo

  Margo Fields, 17, Canadá

  Logo no inicio do 3º ano do médio, perdi meu pai.
  Foi uma perda terrível, claro, mesmo que nós nunca tivemos uma super relação “pai e filha”.
  Minha mãe entrou em depressão, e eu finalmente me vi sozinha.
  Nunca fui de muitos amigos. Então, nesse momento, não tive ninguém com quem compartilhar minha dor, ninguém pra me confortar. Muito pelo contrário. Precisei ser forte pra dar conforto a minha mãe. Precisei ignorar minha dor pra que ela pudesse compartilhar sua dor comigo.
  Precisavamos uma da outra. E ela ainda mais.
  Nos mudamos para Flórida pra ver se com novos ares a dor resolvia começar arrumar suas coisas para partir. Talvez, se eu não precisasse estudar, teria dado certo. Mas não deu.
  Saimos da antiga cidade deixando toda uma vida para trás. Meus poucos amigos, nossa casa. Tudo ficou para trás. Literalmente tudo. Só levamos conosco a roupa do corpo e nosso carro.
  Depois de finalmente nos estabelecermos definitivamente lá, fomos para minha nova escola.
  Não foi nada como imaginei, não que eu tenha imagnado uma chuva de rosas e trombones para minha chegada, mas também não estava esperando tantos olhares em cima de mim. Estou acostumada a ser invisivel, nunca fui a atração principal de lugar algum. Mas hoje foi diferente, uma mistura de entranheza com... admiração? Não. Definitivamente não era admiração. Eu não si o que era, mas não tenho nada que pudessem admirar em mim.
  Olhei em volta e não posso negar que era um lugar bem legal, bem maior que minha antiga escola. Mas de forma alguma eu me encaixaria nesse lugar.
“Força. Ignora. E vai.” Pensei comigo. Precisava pensar assim ou não entrava lá.
  Logo de cara, no carro que estava frente à entrada do refeitorio vi  dois garotos. Não eram nada discretos, olhavam pra mim e (não) cochichavam. Abaixei a cabeça e passei por eles, ignorando os sons de suas vozes.
  Peguei meu novo horário na secretária, e logo me dirigi à sala de filosofia.
“Espero que a filosofia daqui seja como a filosofia de lá.”
  Me sentei na última carteira da sala e posicionei meus livros me minha mesa.
  Aguardei o professor entrar.
  A porta se abriu. Mas quem entrou não foi o professor, foram aqueles garotos que vi quando me encaminhava à secretaria com duas garotas (escandalosas) rindo. Olharam pra mim com tamanha indiferença e se sentaram em seus devidos lugares.

  Peguei um livro em minha mochila coloquei meus fones, e sumi do mundo. 

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