domingo, 16 de novembro de 2014

Can You Be Mine. (Second)

2º  Capitulo


  Na verdade, não sei bem o que estava esperando nesse primeiro dia de aula, mas com certeza ninguém esperava que eu dormisse em minha primeira aula do meu primeiro dia na nova escola.
  Definitivamente, a filosofia daqui não é como a filosofia de lá. É tediante e repetitiva. O Sr. Bardola (meu professor) não tem interesse algum em saber se entendemos ou não sua explicação sobre qualquer que fosse o assunto do qual ele estava falando sem parar. Tanto, que nem notou meu cochilo durante sua aula. Ao contrário de duas garotas que acharam melhor me acordar para me dizerem que o sinal havia tocado e caso eu quisesse elas me acompanhariam até a próxima aula.
-Não. Muito obrigada. Mas prefiro ir sozinha para me adaptar.- Respondi da maneira mais educada que consegui. Sorri e as deixei para trás.
  Qualquer coisa que elas disseram quando me ausentei foi como um zumbido em meu ouvido.
  Minha próxima aula seria literatura. Mas descobri que o professor se ausentará da escola por uma semana ou mais. Motivo? Não faço a miníma ideia.
  Nesse período vago, achei melhor ir reconhecer os caminhos. Voltei à entrada e me encaminhei ao refeitório pelo menos umas três vezes.
  Caminho gravado. Pensei. Então comecei a fazer meu percurso de salas, não posso negar que estava parecendo uma doida andando de um lado à outro, mas aquilo me distraiu.
  Voltei à porta do Sr. Bardola. Senti que alguém me observava, mas não levantei o olhar para averiguar a figura que estava me observando há alguns metros de mim.
  Bem que podia acontecer como normalmente acontece naquelas histórias em que o garoto lindo se apaixona pela garota feia da escola. Sorri ao pensar isso. Balancei a cabeça em reprovação a meu pensamento e logo afastei isso. Levantei a cabeça e encontrei um par de olhos castanhos curiosos me encarando. Não reconheci seu rosto. O garoto esguio de cabelos castanhos emaranhados  e com um cigarro na mão e machucados em seus dedos piscou pra mim. Pude sentir o rubor em minhas bochechas e abaixei o olhar novamente.
  Não seria como naquelas histórias, porque não sou a garota mais feia e ele não é o mais lindo da escola (esse cargo se aplica ao garoto de cabelos pretos que estava encostado no carro frente ao refeitório, que vi hoje mais cedo).
  O garoto esguio de olhos e cabelos castanhos com um cigarro na mão com machucados nos dedos
que piscou pra mim ainda me olhava. Um olhar convidativo, confesso. Convidativo ao ponto de fazer com que eu me aproximasse. Mantive os olhos baixos e uma distância segura, de forma que eu poderia correr sem parecer estar fugindo de uma alcateia de lobos ferozes. Mesmo que seus olhos me parecessem olhos de lobo.
  Me encostei a mesa, esperando que se alguém tivesse que falar algo, ele se pronunciaria primeiro. Deu uma tragada em seu cigarro e, soprou a fumaça em sua frente, como se admirasse seu ato, e se chegou a mim, tomando grande parte, se não toda, da minha rota de fuga.
  Assim, tão perto, dava pra sentir seu cheiro: sabonete, cigarros –talvez o que não gastava em sabonete gastava em cigarros-e couro.
 -Seu nome? – sua voz: rouca e suave, como se eu o ouvisse de longe.
 -Margo.
 -Oi Margo.
 -Oi... Não Sei Seu Nome.
 -Me chame... Hum, de Luke. –ele estava pensando em um nome?
 -Esse é sue nome?
 -Não. Mas gosto de Luke. Fuma?
 -Não. Desculpe. –Que merda eu pedi desculpas? Eu não fumo e é um fato. Pra que pedir desculpas?!
 -Tudo bem.
 -Tudo bem.


  Ele se virou e foi.

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