quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Can You Be Mine (Sixth)

6º  Capitulo

 Sei que não foi nada adulto o que fiz, foi sim só pra provocar Luke, mas não faço ideia do por quê. E pra falar a verdade, nem sei o motivo pra eu estar aqui encostada na parede fumando com Ian.  Talvez, isso fosse o que eu queria desde que cheguei aqui, me livrar dessa faminha de pura.
  Não foi nada ruim. Eu até gostei. Gostei da companhia de Ian, gostei do cigarro que ele me deu, gostei desse momento que ficamos juntos. Gostei tanto quanto gostei dos segundos que fiquei com Luke. A coisa toda me pareceu bem surreal.
  Sopramos a fumaça de nossos respectivos cigarros um na cara do outro de modo que nossos ares se misturassem. Eu ri da situação.
  Coloquei o cigarro entre meus dedos, dei um beijo na bochecha de Ian e me virei.
  Fiquei em frente ao refeitório, de frente para o par de olhos castanhos. Mas não evitando-os, dessa vez, encarando-os.
  Ele fumava de lá e eu daqui. Mas nenhum se moveu. Apenas nos encaramos por tempo suficiente pra jogarmos nossos cigarros fora, e voltarmos à nossas salas. Sem trocar uma palavra, sem nenhuma nova aproximação.
  Até a hora de ir embora.
....

 -Então, agora você fuma. –Reconheci sua voz, sorri e me virei.
 -É, agora eu fumo.
 -Você gosta de Ian.
 -Pelo menos eu sei o nome dele.
 -O que o nome tem a ver com isso?
 -Você sabe meu nome, eu não sei seu nome.
 -Continuo sem entender.
 -Também gosto de você.
  Acho que ele não esperava por essas palavras.
 -Você não aceitou meu cigarro.
 -Você não me ofereceu nenhum.
  Agora estávamos parados, ele na minha frente, me olhando nos olhos. Seu olhos nem eram tão escuros de perto. Seu cheiro tão magnifico tão próximo a mim. Ele estava se inclinando.
 -Vamos embora.
  Ele riu e voltamos a andar. De forma, que jamais imaginei que aconteceria.
  Foi uma caminhada silenciosa, se não fosse pelo momento, teria me esquecido que ele estava ao meu lado. As vezes eu sorria, as vezes ele brincava com meu cabelo. Mas nenhuma palavra foi trocada novamente.

  Ele estava me levando em casa? Eu não precisava de garotos pra me levar em casa, então:
 -Tchau, Luke.
 -Você mora aqui?
 -Não, mas gosto daqui.
  Ele sorriu.
-Então agora estamos quites.
 -Sim.
  Ele voltou e segui pela estrada novamente, fiquei observando-o até que sumisse da minha vista, e voltei para meu caminho.
  Foi difícil não contar para Agatha sobre, Ian e Luke hoje. Principalmente, porque temos conversado bastante ultimamente, mas nunca o suficiente. Temos trocado mensagens, nos falado pelo Facebook, mas não é a mesma coisa. E eu já havia ligado pra ela essa semana.
  Depois que cheguei e almocei, me dei conta de que minha mãe não estava em casa. É claro que fiquei preocupada. Tentei ligar pra ela mas não consegui, fui no quarto, no banheiro, em todos os lugares procurando pelo pior. Nada.

  Todo aquele dia que perdi meu pai me voltou à cabeça quando o telefone tocou.

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