domingo, 23 de novembro de 2014

Can You Be Mine. (Seventh)

7º  Capitulo

Esperei três toques para poder atender. Me livrar do choque.
  Atendi.
 -Alô? –Não pude conter o pânico em minha voz.
 -Oi filha! Estou aqui no mercado, mas esqueci de fazer uma lista de compras.
 -MÃE! -O alívio foi imediato- VOCÊ QUER TER UMA FILHA MORTA?! PELO AMOR DE DEUS! NUNCA MAIS SAIA DE CASA SEM ME DEIXAR UM RECADO! EU NÃO POSSO COM ISSO!
 -Margo! Calma. Estou bem. Não se preocupe! Lembra quando você mesma me disse que eu precisava sair...
 -Sim! Claro que lembro! Mas imaginei que fosse me avisar como outras mães fazem, tipo: “Filha to indo no mercado, quer alguma coisa?”
 -Me desculpa meu amor. Da próxima vez pergunto se você quer alguma coisa antes de sair. –pude ouvir o tom zombeteiro em sua voz e sorri ao perceber que minha mãe estava de fato voltando a ser o que era.
 -Ok. Vou fazer uma lista e te encontro em alguns minutos.
 -Obrigada. Te amo.
 -Eu também.

  Desliguei o telefone e me joguei no sofá, respirando fundo “inspira, expira.”

  Evitei ficar jogada no sofá por mais tempo para que eu não adormecesse e o pânico de ter uma filha morta tomasse conta da minha mãe. Levantei e fui até a cozinha examinando armário e geladeira, e anotei tudo o que estava em falta. E acrescentando minhas necessidades: bolachas recheadas, salgadinhos, chocolates, balas e outras besteiras.
  O que realmente acontece quando saio de casa é justamente o contrário do que eu imaginaria acontecer: encontro Agatha na minha porta pronta pra bater quando a abro.
  Foi só gritos e pulos e abraços e AI MEU DEUS! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ AQUI!!!
  É claro, me esqueci completamente da lista da minha mãe, mas pensando bem, minha mãe já sabia, ao contrário ela não teria saído de casa e não teria me feito sair de casa.
  Entramos em casa e fomos direto a meu quarto, errei a porta, talvez pela emoção. Com certeza pela emoção. Quando entrei no quarto certo ajeitamos as coisas dela e começamos a conversar e em determinado ponto:
 -Ai Margi -ela sempre me chamou de Margi, Margo era usado quando ela estava brava.- Não te falei ainda!
 -O que você ainda não me disse? -rimos pois ela já havia me dito muita coisa.
 -Eu não vim pra passar essa semana.
  Ela não vai dizer o que acho que ela vai dizer, vai?
 -Você não vai dizer o que eu acho que vai dizer, VAI!?
 -Se você estiver achando que vim para ficar, bem, Margi, você está completamente CERTA!
  Uma onda de gritos histéricos atravessou as paredes do quarto e fez com que minha vizinha, a velha senhora Mony, viesse até nós para verificar se estava tudo certo. 
  Expliquei à ela que não havia nada com o que se preocupar, pois apenas estávamos comemorando. Ela voltou para casa murmurando algo que não nos permitimos ouvir vindo da boca de uma senhora que, a olhos nus, parece tão inocente.
  O dia passou tão rápido quanto uma chuva de verão.
  Minha mãe, depois que chegou, com minhas besteiras que ela com certeza sabia que eu adicionaria na sua lista, aprontou o jantar. Finalmente algo especial, mas claro que não precisávamos dizer sobre isso para Aggs (esse é o apelido dela), ela já sabia. 

  Depois de jantarmos, fomos ajeitar nossa camas, finalmente eu teria uma noite divertida!
  No outro dia, acordamos atrasadas para o primeiro dia de aula dela na minha escola. Grande começo. E deixamos nossas camas como estão ao sairmos de casa.

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